Tivemos sorte com o tempo pois estiveram uns belos dias soalheiros e apesar de fresquinhos estava-se bem na rua, à noite sim um pouco mais frio mas nada que a roupa da época não resolva.
Desta vez faço o resumo sequencial e não temático, para ser diferente...
Já haviamos marcado com antecedência e fomos passar o fds à Golegã, ficando alojados no Hotel Lusitano.
(não, este não é o hotel, é só para ilustrar o post nas redes sociais)
Começámos o nosso périplo por Santarém onde previamente marcamos mesa num restaurante onde já tinhamos tentado ir e não haviamos conseguido, o "Ó Balcão".
O espaço é efetivamente pequeno, acolhedor, castiço, agradável, com temáticas da zona, touros e cavalos, mesas de mármore como eu gosto...
A carta tem várias coisas fora do normal que dá vontade de experimentar...
Bebemos o vinho da casa que desconhecia e apreciei bastante! Boa pinga!
Tinha saudades de uma boa sopa de peixe, esta apesar de não ser o tipo de sopa de peixe que aprecio estava bastante boa... só achei que a quantidade era muito diminuta.
Para a filha vieram uns lombinhos em bolo do caco que ela devorou, para nós umas poupinhas de porco e lula confitada. Aqui até nem achei caro para a quantidade... e estava DIVINAL!
A sobremesa a dividir por três foi esta mini micro cena... um pouco sumíticos! Estava bomzito!
Mas no geral gostámos bastante! Recomendo... a voltar um dia!
Daqui partimos então para a Golegã vagarosamente a apreciar o possível da paisagem da lezíria ribatejana, por uma estrada secundária (N365) pouco movimentada e com alguns troços em mau estado.
Vindos por esta entrada da Golegã o Hotel Lusitano ficava logo à entrada do lado esquerdo.
O hotel tem duas zonas, a antiga que era o edifício que foi remodelado e transformado em hotel e a zona nova que já é mais moderna. Ficámos no 2.º e último andar da zona do edifício antigo.
(vista de uma das janelas do nosso quarto para o jardim e edifício novo e edifício da piscina e ginásio)
Deram-nos um quarto enormeeeeee! Não sei se era por levarmos a piolhita, mas era bem fixe!
As camas eram super confortáveis, as almofadas eram altamente... as babes dizem que dormiram lindamente, mas eu atrofiei com o barulho do ar condicionado / sistema de ventilação que fazia um barulho que me incomodava e por isso não tive um dormir totalmente descansado.
A casa-de-banho tb era gigante...
Fomos explorar o resto das áreas comuns antes de fazermos a digestão para ir àquilo que a filhota mais gosta nestes fins-de-semana, que é a piscinaaaaa!
O bar do hotel era claramente convidativo a um serão de livro na mão a beber algo que aconchegasse. Haveríamos de o fazer mais tarde...
Sendo ainda cedo para ir chapinhar fomos dar um passeio nas imediações, explorar sem roteiro, pois efetivamente não tinhamos nada de planeado em termos de o que fazer ou o que ver... foi mesmo um pouco à descontração: "vamos por ai, andando..."
Jerez de La Frontera?! Ah ok, está explicado, é "cidade amiga"... dos cavalos e isso.
Lá fomos chapinhar... o Banho Turco que é o que eu mais gosto estava avariado! Ora Bolas! Mas a filha adorou à mesma, e a babe esteve de molho no Jacuzzi...
Banhos tomados formos relaxar no salão antes de irmos para o jantar no Cu da Mula.
Um martini para abrir o apetite, um livro, bola ao fundo mas sem som, lareira, e musiquinha ambiente leve meio jazz meio natalícia só para dar presença... ópá tão bom!
Saímos para um passeio até ao restaurante já com um griso considerável...
Olhando para as mesas ao lado achámos que se calhar bastava duas doses de comida para os três, estavamos tão enganados! Bastaria uma dose para os três.
Pedimos um abanicos de porco-preto e enguias fritas, e estava tudo delicioso!
"Mãe... eu ouvi a senhora dizer que tem baba de camelo, eu querooo!"
A noite como disse foi estranha, pois as babes embalaram com o "white noise" dos barulhos mecânicos e repetitivos da ventilação, mas a mim aquilo incomodou e não tive um sono descansado, apesar da cama ser enorme e confortável.
De manhã acordámos para o pequeno-almoço que era aceitável, não deslumbrou.
Elas foram outra vez para a piscina, e eu fui passear a tentar desmoer toda a comida ingerida nas últimas semanas, não hei de eu estar balofo...
E passeei por uma terra como tantas outras ao domingo deste país, vazia, com imensos contrastes urbanos, com muito imóvel abandonado e alguns em quase ruína... e como de norte a sul, tudo à venda! um ou outro cavalito e muitos sinais e simbolos do que a capital do cavalo representa.
Para além de José Saramago e de Alves Redol esta terra também viu nascer um outro artista que eu confesso que desconhecia totalmente, o Carlos Relvas que falarei adiante no que foi para mim a maior surpresa desta pérola ribatejana.
A seguir aos banhos das babes e do meu regresso e feito o check-out tentámos ir mesmo ao lado do hotel à Casa-Estúdio Carlos Relvas, mas como só se pode mesmo aceder pela visita guiada, tivémos de ir dar outro passeio para fazer tempo para o almoço e depois vir à visita das 14h30.
A filhota não lhe apetecia andar pelo que rolou de bicicleta... e dado que a urbe é toda plana, viam-se inclusive muitas pasteleiras e bicicletas de "hiper-mercado" (you know what I mean!) encostadas aos passeios ou paredes.
Vi mais bicicletas que cavalos, mas é normal que assim fosse, digo eu... acredito que na feira que acontece todos os anos por altura do S. Martinho seja um cenário totalmente diferente.
Infelizmente quem está à frente da autarquia pouco ou nada percebe de infraestrutura para velocípedes e gastam o erário público em obra que pouco serve. Enfim! Mapeei estes bicicletários que já deveria haver uma lei que impedisse serem instalados.
Permitir contra-fluxos é uma boa política, mais a mais dado que há mesmo uma calmia de trânsito que o permita, mas acho que o sinal pelo RST diz "velocípedes" e não "bicicletas". Mas assim está claro como a água! :)
No entanto pareceu-me uma terrinha onde se deve circular muito e muito bem de bina! Tem é de se evitar os cocós dos cavalitos.
Para almoço escolhemos o restaurante que estava no número 1 do ranking de restaurantes da Golegã, nem mais nem menos que "O Barrigas", e o nome diz tudo! Number One!
Deixaram levar a bicicleta para o restaurante e tudo, bem fixe...
Daqui fomos a modos que a "correr" para conseguirmos ainda chegar a tempo então visitar a tal "Casa-Estúdio Carlos Relvas".
E permitam-me o vernáculo mas... FODASSSEEEEE! Que espetacular!
Vale a pena ir à Golegã nem que seja apenas e só para visitar e conhecer esta joía da nossa História e das estórias por detrás do edifício singular no mundo e de quem o mandou erigir e dela fez a sua oficina artística.
O site em cima dá uma ideia do que por lá podemos apreciar e ver (precisa de um browser que ainda corra Adobe Flash) mas digo que ao vivo e pela voz de quem faz as visitas tem toda uma outra áurea e mística.
É FABULOSO! Desconhecia, e assumo a minha total ignorância na existência deste ímpar personagem e de toda a sua vida e aquilo que foi e representou... para quem gosta de fotografia é um must-go, must-see!
Isto quase que nos passava ao lado, e para mim foi mesmo algo inolvidável! Recomendo muito! Mas muito mesmo... a cena dos cavalos deve ser giro e coiso, mas esta Casa-Estúdio para mim, e assumo que somos todos diferentes e com distintos interesses e gostos, mas para mim foi um enorme prazer e deleite ter visto com os meus olhos e respirado aquele espaço e ganhar este conhecimento! Vão que vale o tempo... Connosco estava um casal que era a terceira vez que lá iam em vários anos diferentes.
Para os amigos de Lisboa, Coimbra, Aveiro, Porto e arredores das bicicletas: é apanhar o comboio Intercidade e sair no Entrocamento, (que só por si já merece um dia para ir visitar o espetacular museu dos comboios) e seguir até à Golegã que são uns 8 a 9 kms, coincidir com o horário das visitas e almoçar por lá (ou vice-versa) e regressar!
É top! Que é como dizem os putos agora! :)