Edimburgo, Escócia

"Então mas então? Este blog não era só sobre Portugal?!"
Era, mas já deixou de ser desde que aqui relatei as viagens a Valência (adoreiii) e a Bilbao (adoreeeiii)... portanto, agora com Edimburgo (adoreeeiii) não seria diferente.

Fomos a Edimburgo uns dias, mas da cidade só tivémos mesmo dia e meio para conhecer, o que é manifestamente pouco mas deu para ter uma ideia geral que aqui deixo para memória futura (este blog é tipo um caderno de viagens que revisito de tempos a tempos) e para os amigos terem ideias.

A mini-me ficou com uns amigos em Portugal e deu para irmos os dois namorar!
Curiosamente fomos na semana logo depois do referendo, pelo que podia ter acontecido termos ido conhecer uma Escócia independente... mas ganhou o "Não" e a Escócia ficou ainda no Reino Unido, pelo menos por ora!

Edimburgo diz-se no dialeto antigo algo como "Edin-brao", podem ouvir neste audio da wikipedia:
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/2f/Edinburgh.ogg
e isto da boca dos escoceses é delicioso! O sotaque escocês é manhoso de perceber, há muita coisa que não apanhamos à primeira, mas depois vai dando para safar.

Como só tinhamos dia e meio disponível (pois fomos lá parar por causa de um outro evento) decidimos aproveitar para conhecer a zona central da cidade a pé, a new town e a old town. Não comprámos nenhum cartão de transportes e nem sequer bilhetes para museus ou monumentos.

A cidade é grandita mas o grande centro faz-se muito bem a pé, pois é bastante plana e os passeios são lisos e desempedidos. Aliás no centro existe escasso trânsito motorizado o que facilita as deslocações de peões e bicicletas. Além disso tivémos uma sorte brutal com o tempo pois o famoso mau tempo das ilhas britânicas não apareceu... sempre com nuvens e tal, mas nem frio nem chuvoso!



A zona "nova" (new town):










A zona mais "velha" (old town):









A comida na Escócia foi uma agradável surpresa.
Jantámos e almoçámos comida "local" e típica. Ficámos deveras satisfeitos e agradados, os preços é que são um pouco upa upa. Isto é libras, é preciso converter.








E ainda encontrámos uma coisa que conhecemos em Londres há anos e que é maravilhoso! Ben's Cookies! Adoramos!


No UK existe o hábito de as pessoas doarem bancos de jardim/rua à cidade colocando uma placa identificativa do motivo. Em Edimburgo viam-se muitos destes bancos.
Acho que era ideia que seria muito interessante de adoptar em Portugal, houvesse gente com visão.





Em termos de museus ainda formos a dois, gratuitos! E centralmente localizados.

Primeiro ao Museu Nacional da Escócia, perto da Faculdade de Artes, que é uma mescla brutal de coisas e de cenas em dois edifícios unos mas distintos. Fenomenal!










Depois à tarde a mais que tudo foi dar uma volta nas centenas de lojas que avivam as ruas e deixou-me ir à Scottish National Gallery onde me deliciei com o espetacular espólio de pintura da coleção permanente - as exposições temporárias já tinham um custo de entrada.








No grande espaço que ladeia os edifícios do museu devem haver sempre espectáculos de ruas... eu apanhei estes moços a dar um baile brutal! Lindo!



Fomos obviamente lá acima ao castelo cimeiro mas não entrámos pois é a pagar e a hora de entrada já tinha passado... pena mas paciência!
Mas entramos no espaço comercial que ali existe e foi tempo bem passado!



A cidade é grandita, mas com prédios não muito altos pelo que se estica no horizonte a malha urbana, e toda ela respira natureza, seja pelos jardins seja pelas montanhas/colinas e um antigo vulcão que a ladeia (ver na Wikipedia mais detalhes).

Existem inúmeros jardins, relvados e espaços verdes e até antigos cemitérios monumentais que são mantidos no meio da cidade.











Uma coisa curiosa que o taxista que nos trouxe do aeroporto nos contou foi que existem jardins que são fechados e que apenas os moradores tem as chaves. São jardins privados. E que isto já vem de há séculos, em que a cidade ao permitir construir as casas e dar as licenças obrigava a que as casas/prédios tivessem um pouco de terreno não cultivável e privado para que os moradores terem os seus momentos zen com a natureza... no entanto com o passar dos anos alguns desses jardins foram sendo abertos ao púbico, como um que visitámos enquando deambulávamos, e são verdadeiramente relaxantes.


Apresar de ser uma cidade com muitos séculos, tem um centro e toda uma vasta zona urbana muito bem conservada e característica, sem grandes atropelos à arquitetura. Existem muitos edifícios modernos mas que se enquadram bem na moldura da cidade!





O comércio de rua é pujante pois há muita gente na rua, a mobilidade pedonal permite que o comércio tradicional tenha uma grande expressão, o que faz a cidade ter vida e estar viva.






E a mobilidade urbana? Fenomenal!
Rever com calma as fotos deste o início e reparar na quantidade de bicicletas, peões, e até cadeiras de rodas ou carrinhos motorizados para idosos/deficientes. Além disso há uma clara aposta na mobilidade...

E a calçada? Pois! É nos pormenores que se vê a diferença. Viva a calçada portuguesa das pedrinhas bonitas e escorregadias e que fazem passeios impraticáveis! Viva a nossa tradição bacoca...
Ainda hoje enquanto acabo de escrever diz-me um colega que tem a mãe acamada em casa que caiu em Lisboa ao meter o pé num passeio onde faltavam umas pedrinhas...
Mas é bonita! É linda a nossa calçada! Dasseee...

"Ah e tal a impermeabildiade?" Acham que na Escócia chove menos? Enfim...

Além dos passeios lisos as paragens de autocarros são como devem ser, abertas para dentro e não com a abertura para a estrada (ver fotos em cima).

Os peões e o trânsito motorizado convivem muito bem com a bicicleta e vice-versa. Aliás, o trânsito na Escocia é algo estranho pois eu não vi ninguém a "acelerar", as pessoas não apitam, e há uma acalmia geral impressionante... mesmo!
No transfer do aeroporto para o hotel eu achava que o taxista velhote era lerdo a conduzir mas depois percebi que ninguém nos ultrapassava, ninguém!
No dia da vinda para Portugal o condutor do veículo que fez o nosso transfer para o aeroporto mesmo sabendo-nos atrasados para o avião disse logo que não iria conduzir acima do limite pois não queria perder a carta de condução.

Existe muito respeito de todos os utilizadores das vias de trânsito, e os ciclistas respeitam os vermelhos na estrada e a sinalização pedonal. No entanto aparentemente é normal e aceitável as bicicletas circularem nos passeios, mas como é tudo muito devagar ninguém se incomoda.
Vi também muitos ciclistas que devem rolar vários quilómetros até ao centro no commute diário pois todas as cercanias tem acessos com ciclovias até bastante fora dos subúrbios.

Ah, e outra coisa que é capaz de ser importante na mobilidade urbana... não vi um carro ou mota estacionados em cima de passeios ou passadeiras. Um que fosse. NEM UM!
(Acreditem que esta é daquelas coisas que eu reparo...)







A minha mais que tudo quando viu esta bicicleta pintada sorriu pois pensava que era arte - afinal estávamos mesmo perto da Faculdade de Artes - mas depois expliquei que uma "Ghost bike" é um género de um memorial a uma pessoa que morreu ou teve um grave acidente de bicicleta, o que é sempre triste. Eu sabia o que era mas nunca tinha visto nenhuma...


Uma nota menos positiva para o facto de Edimburgo ter sido de longe, mas de longe mesmo, a cidade onde vi mais mendigos, pedintes e sem-abrigos que já visitei... eram mesmo muitos! Pelas várias zonas da cidade, sentados ou deitados no chão, envergando cartões com escritos, algo para recolher esmola e olhos perdidos no infinito...


Mas adorámos a Escócia! Adorámos Edimburgo... melhor dizendo "Edinbrao"!
Não vivia lá pois deve ser uma cidade muito fria e chuvosa, mas é uma cidade muito bonita e que aparenta ter uma grande qualidade de vida... e os Escoceses são muito simpáticos e prestáveis.

Havia muito para contar mas tenho sono e amanhã tenho de levantar cedo...

http://en.wikipedia.org/wiki/Edinburgh

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